António Paixão lança contos pandêmicos.

Artigo publicado no Diário da Região, São José do Rio Preto, SP, Brasil.

António Paixão, a persona literária do jurista rio-pretense Durval de Noronha Goyos Jr., volta à cena com o livro “Annus
Horribilis – 2020 – Escritos da Barrica” (Observador Legal), uma coletânea de contos que têm o fatídico ano de 2020 e a
pandemia sem precedentes instalada no Brasil como pano de fundo. Para o autor, transformar o ano de 2020 em obra
literária não foi uma tarefa fácil porque, além das mudanças de rumos, de planos e equívocos na gestão da maior crise
sanitária mundial que se tem notícia do último século, o ano teve ainda, no Brasil, a insegurança com a qual a pandemia
foi encarada, compreendida e (mal) administrada.

É com esse panorama, observado de dentro de um tonel de vinho em seu refúgio para a terceira idade e grupos de riscos,
que António Paixão dá vida à sua nova publicação literária. O autor se apropria na obra da máxima do “in vino véritas” e,
ao se recolher a um grande tonel de vinho entre as vinícolas de São Roque, observou passo a passo o desencadear do
ano passado enquanto também se protegeu da disseminação do coronavírus.

Com observação política e discurso de combate ao neofascismo, António Paixão usa a arma das palavras para o
desestabilizar à desinteligência que descreve em 39 contos, desde o surgimento da pandemia às possibilidades nunca
comprovadas da transmutação em jacaré para quem tomasse o imunizante brasileiro. Da embriaguez de seu tonel, o
autor diz que viu de tudo, “de Jesus na goiabeira ao negacionismo da gripezinha, dos embates de compra de
suplementos ao descontrole total, dos pseudo auxílios pandêmicos à realidade que transformava cada cidade então
arrasada pela onda de morte e desemprego impressa pelo vírus”.

“Annus Horribilis – 2020 – Escritos da Barrica” tem prefácio do poeta e jornalista Adalberto Monteiro, que destaca a obra
como um importante documento político literato de questionamento antifascista, ocupando seu lugar de combate com
as palavras como forma de contraponto às negações e certezas de terra plana.

O livro está à venda nos sites das editoras Observador Legal e Anita Garibaldi.

O autor
António Paixão é um dos heterônimos literários de Goyos Jr., advogado, árbitro, professor, jornalista, escritor e editor, com
vasta lista de obras publicadas em seu próprio nome e mais de 400 livros em acervos de bibliotecas acadêmicas nos seis
continentes, segundo a WorldCat. Suas obras foram publicados em português, inglês, italiano, espanhol e mandarim.
No mundo literário, o rio-pretense é membro da Academia de Letras de Portugal, faz uso de alguns heterônimos, o
principal e mais antigo dos quais é António Paixão, existente desde a o início da década de 1970, quando era o
responsável pela diagramação e arte do jornal acadêmico “O Paulista”.