Bestiais bizarrices e outras bazófias do Beócio Biltre

O Poeta segue denunciando as ações das forças do Mal.

As eleições municipais brasileiras de 15 de novembro de 2020, em seu primeiro turno, transcorreram num clima de razoável normalidade, à exceção do índice elevadíssimo de abstenções que, somadas aos votos nulos e brancos, chegaram a aproximadamente 33% do eleitorado. Esta fuga à escolha eleitoral revela possivelmente um desencanto com a classe política e com o perfil atual da democracia no Brasil, mas não pode ser desprezado o medo do contágio pelo COVID-19, que já causou 37 mil mortes e milhões de infectados no País. O resultado das urnas revelou ainda um crescimento das forças democráticas de esquerda, em detrimento daquelas que apoiam o infeliz presidente brasileiro, cujo desgoverno passou a ser considerado ruim/péssimo para 50% da população de São Paulo e aprovado por apenas 23%, segundo pesquisa da DATAFOLHA na primeira semana de novembro de 2020. Certos setores conservadores, não identificados ostensivamente com o ímpio Capetão dos Infernos, mas por ele indiretamente financiados, tiveram também sucesso nas urnas municipais.

Enquanto os seus candidatos eram derrotados nas eleições municipais e seu filho, o Senador Flávio Bolsonaro, era denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro por corrupção envolvendo desvios de vultuosas quantias e ações de lavagem respectiva, seu pai, o desalmado Capetão, procurava desviar a atenção da opinião pública, por meio de bestiais bizarrices. Para tanto, o boçal Campeão do Averno tumultuou a reunião dos BRICS ao apresentar uma postura contrária ao multilateralismo. Sua posição trouxe em confronto a firme postura oposta do presidente da República Popular da China, Xi JinPing, falando também pelos demais membros do Grupo. De fato, o multilateralismo representa uma conquista da Humanidade, pois significa a prevalência do Estado de Direito nas relações internacionais. No topo de todo edifício multilateral está a Organização das Nações Unidas (ONU) e sua Carta.

O idiótico presidente Capetão, sem maiores reflexões ou pudores, resolveu seguir cegamente o Diabo do Norte, flagrantemente derrotado nas urnas, quem sempre pretendeu o exercício arbitrário das próprias razões, assegurado pelas armas, se necessário. Sua tese é tão monstruosa que seu sucessor a partir de 2021, o presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Joseph Biden, já se comprometeu com a observância da ordem multilateral. Com sua característica boçalidade, dentre os disparares, sugeriu o Biltre do Báratro a abolição da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a desconstrução dos princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC), sem fundamentos ou maiores explicações, como se estivesse a jogar conversa fora num boteco de Barretos, por ocasião da Festa do Peão.

Insatisfeito com a devastadora repercussão internacional de seus despautérios, desvarios e desatinos, face às luzes lançadas sobre as graves acusações que pairam sobre sua família próxima, o trôpego Capetão do Averno, sem provas ou argumentos, acusou certos países de responsabilidade pela destruição da floresta amazônica, ação que sabidamente faz parte dos declarados propósitos de seu próprio desgoverno. A lista, naturalmente, vem encabeçada pela França, país cujo presidente já denunciou o perverso Biltre do Báratro à opinião pública internacional, seguida pela França, Alemanha, a China e até mesmo a Portugal Vermelha, de resto altamente suspeita e certamente culpada, por ter um governo de esquerda. Evidentemente, nenhuma pessoa com o mínimo de lucidez o levou a sério.

Enquanto isso, o opulento setor bancário do Brasil demitiu cerca de 11.000 pessoas, apenas neste ano de 2020, em meio a uma grave pandemia virótica, a qual não teve o necessário combate por parte da administração diabólica, nem a rede de sustentação que se impõe para os trabalhadores e população humilde, a passar fome ao desalento. Os lucros dos quatro maiores bancos brasileiros no primeiro quadrimestre (cerca de R$ 17 bilhões) equivalem aos custos, pelo mesmo período, do auxílio emergencial à toda a população brasileira afetada pelo programa de cerca de 70 milhões de pessoas (cerca de R$15.3 bilhões). O insuspeito jornal The New York Times, em 14.08.2015, já havia denominado a lucratividade do setor bancário brasileiro de obscena.

No momento em que o crescimento da dívida pública brasileira parece preocupar a muitos, não seria o caso de se resolver este problema com a nacionalização do setor bancário?