A obra do Capetão

Novo poema sobre as mazelas políticas, Brasil, 20 de março de 2020.

Que Macunaíma, que nada;
eu fui a própria cagada.
Comigo, Ele não fraquejou;
ao invés, muito bem defecou.

E foi o próprio Capetão,
Ele mesmo quem me fez,
ali na frente de todos,
bem no meio do saguão.

Aleluia, aleluia,
gritavam os sicofantas,
em mantra repetitivo,
de evangélicas antas.

E a todos perguntava
o bravo Capetão:
como irei chamar este montão?
Estrume, bosta, titica, merda, troço ou cocôzão?
Compungidas, responderam
as beatas antas:
precisamos de um nome legal,
vamos ungi-lo como Eduardo Fecal.

Houve uma genuína reação geral:
palmas, bacanal de chifres,
e peidos de enxofre no farto capinzal.
Aleluia, irmão!